Paredes alvas

Paredes alvas

E a obra do Engenho continua…

Agora, com os trabalhos de alvenaria a repor a traça original ao edifício e ao passo religioso, tudo ganha nova força.

Todos gostamos de ver uma bonita parede construída em alvenaria. É comum ver-se trabalhos de pedra vulcânica preta, por toda a Ilha do Pico, fazendo parte da sua identidade, deste os muros divisórios das vinhas e outras culturas, até a todo o género de construções, incluindo as casas de moradia”, conforme se lê na ‘Arquitectura Popular dos Açores’.

Sendo o edifício do Engenho uma pré-existência, compete-nos respeitar a sua história. Por mais tentador que seja manter o excelente trabalho de alvenaria em pedra negra à vista, as zonas urbanas não o comportam. Na Vila das Lajes, como em outras zonas urbanas da Ilha do Pico, as “juntas eram rebocadas e caiadas ou era aplicada uma caiação geral onde apenas se destacam, ainda em preto, os cunhais e as molduras dos vãos.”

A ilha negra foi ganhando, ao longo da história, uma mancha de casario branco com paredes alvas. Era pronuncio de riqueza.

É vulgar se ver em edificações mais recentes, como são exemplo o “Museu dos Baleeiros” e o restaurante “Whale’come ao Pico“, entre muitos outros, “a utilização de pintura sobre o reboco integral que vai substituindo a simples caiação a branco, com as molduras, cunhais e faixas avivados a cor, como, de resto, é comum em todos os Açores. Nesta ilha, principalmente no Sul, predominam as faixas verdes e azuis.”

Por isso, e só por isso a Rua do Engenho terá mais paredes alvas.

Sandra Cristina Sousa